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24 Jul
Nota de esclarecimento
A FENAG - Federação Nacional
das Associações de Gestores, tem se posicionado sempre em defesa da CAIXA,
como no caso da campanha nacional pela manutenção da CAIXA 100% PÚBLICA.
Contudo, além do dever de defesa
da Caixa como patrimônio da sociedade, a
Federação deve atuar sempre na defesa de todos os empregados, e não somente aos
gerentes que a si são associados.
É preciso enfatizar que, como os
demais empregados, são os gerentes as pessoas que transformam as políticas
públicas do Governo Federal em AÇÕES, e as entregam de maneira exemplar ao povo
brasileiro, a despeito de todos os problemas estruturais que a Caixa apresenta.
Muito se tem dito sobre os
esforços dos profissionais de saúde, dos policiais e bombeiros, com toda a
razão e merecimento.
Ao contrário, lamentamos que, ao
menos até o presente momento, não tenha havido o devido reconhecimento, por
parte da Direção da Caixa, aos verdadeiros esforços de guerra
empreendidos por todos que estão no front (interno e externo) de
atendimento aos milhões de brasileiros que vêm, dia a dia, buscando a Caixa
pelos recursos necessários, que lhes dê algum alento neste momento tão difícil.
Sem esta iniciativa por parte da
Direção da Caixa, a realidade constituída pelos imensos esforços de seus
empregados não vira notícia; se não vira notícia, a sociedade brasileira
infelizmente desconhece como todos, empregados e gerentes da Caixa, estão
trabalhando arduamente para minimizar a situação de penúria e desespero de
tantos, hoje, em nosso Brasil.
Mais até: desconhece a sociedade
que as condições de trabalho dos empregados Caixa, hoje, estão absolutamente
deterioradas.
O que a sociedade desconhece é
que essa “conta social” vem sendo paga pelos próprios empregados e gerentes da
Caixa, à custa de adoecimento, sacrifício e submissão a rotinas que podem
ser reputadas como verdadeira situação de assédio moral.
Nos últimos meses, a FENAG
encaminhou vários ofícios propositivos à CAIXA, em vão.
Há cerca de 15 dias, o último
destes ofícios abordava situações aflitivas, vividas por todo o corpo
funcional da empresa, sobretudo os nossos gerentes nas unidades de ponta,
novamente sem resposta.
Isso surpreende a Federação: ora,
embora sempre esteja divulgando nas mídias (internas dos empregados) que a
EMPRESA se preocupa com os seus “HERÓIS DE CRACHA” (a expressão é da própria
Direção da Caixa), nenhuma resposta sequer foi dada ao referido
oficio!
A partir de ontem, ficamos
estarrecidos com o volume de reclamações que tem nos chegado, através das
AGECEF de todo País, denunciando o fato de que os Gerentes Gerais das unidades
vêm recebendo, por telefone, a determinação de compensar as horas extras dos
empregados das agência, uma vez que a dotação para tal pagamento estaria
extrapolada.
Pior: ainda hoje, chegaram novas
denúncias de convocação por telefone, aos gerentes das unidades que estarão
fechadas amanhã, a se dirigirem para trabalhar em unidades que estarão
funcionando. Alguns deles precisarão se deslocar para outras Cidades, E TUDO
ISSO SEM FORMALIZAÇÃO ALGUMA, com o nítido intuito de dificultar, no
futuro, a prova sobre a justa paga pelos trabalhos prestados!
Desde o início da Pandemia e dos
pagamentos do Auxilio Emergencial, os gerentes são obrigados a comparecer na
agência as 07 horas da manhã, registrando fotos das unidades e obrigados a
permanecer, no mínimo até as 17 horas para assistir a vídeos ao vivo (lives)
que se iniciam após as 16 horas, muitas vezes sem nem conseguir intervalo para
almoço. Muitos estão estendendo as jornadas para além das 21h, 22h, todos os
dias, já em casa, de modo a dar conta de todas as rotinas da agência. Uma
rotina diária de 15h que muitos de fato praticam, sem o devido descanso, está
exponenciando as situações de adoecimento e estafa.
Nada vem sendo feito nesse
sentido – muito ao contrário! De maneira incrível e totalmente incompatível com a realidade de
pandemia em que vivemos, a Caixa resolveu aumentar as metas de
produtividade, impondo limites que beiram o absurdo – há produtos em que a meta
foi “dobrada para 200%”, num momento em que os clientes estão fragilizados e os
recursos sumiram de circulação!
Infelizmente, verifica-se que,
nessa atual administração da empresa, é imposta uma verdadeira ditadura da
alta Diretoria da Caixa em Brasília, em qualquer oportunidade de expressão
concedida. Os Superintendentes Regionais, os Superintendentes Executivos, os
Gerentes Gerais, os Gerentes de Carteira, os Gerentes de Varejo, ninguém tem
direito a se expressar, a opinar, a organizar suas Unidades conforme a
realidade local. A alta administração da empresa DETERMINA. E ninguém pode
questionar. São DIRETRIZES.
Nossos gestores estão sendo
submetidos nos últimos tempos a todo tipo de pressão, muito claramente
explicitadas no nosso último ofício.
Precisamos lembrar que estamos
lidando com seres humanos, que têm família, que têm sentimentos, que estão
expostos a contágio da covid-19, a problemas psicológicos e uma série de doenças
profissionais, que podem acometer as pessoas trabalhando por um longo período
de tempo, expostos a tais riscos.
Os relatos são muitos! O
sofrimento é grande! As pessoas não se sentem confortadas apenas com PALAVRAS
DE ELOGIOS, soltas ao vento em vídeo interno da Caixa! É preciso trazer para a
prática! Não podemos mais esperar. Precisamos ser ouvidos! Mudanças neste
cenário precisam ocorrer! Urgentes!
Brasília, 24 de julho de 2020
FENAG E AS 31 AGECEF REGIONAIS
BRASILEIRAS
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